domingo, 16 de fevereiro de 2014

832 - O TOQUE DA CAMPAINHA



Na década de 1980, o corretor de algodão Antônio Ulisses viajava com frequência de Várzea Alegre a Fortaleza para visitar sua mãe Maria Amélia. Após vencer o longo percurso de estradas ligando o sertão ao litoral cearense, o visitante finalmente chegava à capital alencarina.

No Bairro de Fátima, no prédio onde sua mãe morava, Antônio Ulisses, distraído, costumava se equivocar com o andar do apartamento. Em vez de tocar a campainha do 202, o varzealegrense acionava a sirene do 102, no andar abaixo. O visitante, ainda atordoado com a demorada viagem, só percebia o engano quando em vez da sua mãe, uma antipática senhora, síndica do prédio, vestindo uma camisola, abria a porta e aparecia em sua frente, dizendo:

- Não acredito. O senhor de novo me acordando de madrugada?

Desconcertado, Antônio Ulisses, carregando desajeitadamente as bolsas, iniciando a subida de mais um lance de escada, com sua espirituosidade de sempre, dizia:

- Me perdoe. É que em Várzea Alegre a gente num tem o costume de morar trepado, um em riba do outro...

(imagem Google)

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