Na década de 1980, o corretor
de algodão Antônio Ulisses viajava com frequência de Várzea Alegre a Fortaleza para
visitar sua mãe Maria Amélia. Após vencer o longo percurso de estradas ligando
o sertão ao litoral cearense, o visitante finalmente chegava à capital alencarina.
No Bairro de Fátima, no
prédio onde sua mãe morava, Antônio Ulisses, distraído, costumava se equivocar
com o andar do apartamento. Em vez de tocar a campainha do 202, o
varzealegrense acionava a sirene do 102, no andar abaixo. O visitante, ainda
atordoado com a demorada viagem, só percebia o engano quando em vez da sua mãe,
uma antipática senhora, síndica do prédio, vestindo uma camisola, abria a porta
e aparecia em sua frente, dizendo:
- Não acredito. O senhor de
novo me acordando de madrugada?
Desconcertado, Antônio
Ulisses, carregando desajeitadamente as bolsas, iniciando a subida de mais um
lance de escada, com sua espirituosidade de sempre, dizia:
- Me perdoe. É que em Várzea
Alegre a gente num tem o costume de
morar trepado, um em riba do outro...
(imagem Google)
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