sábado, 29 de maio de 2010

177 - PINTANDO O SUL



        O varzealegrense Raimundo Alves Bezerra, o popular João Sem Braço, ainda bem jovem sofreu um grave acidente e perdeu o membro superior esquerdo. Essa deficiência, no entanto, não o impediu de, desde menino, participar de campeonatos de futebol, jogar sinuca, atirar de baladeira e fazer outras presepadas.



      Na década de oitenta seguindo o rumo de muitos outros nordestinos, João Sem Braço, depois de viver em Fortaleza mudando rotineiramente de trabalho, foi embora para São Paulo dizendo que ganharia a vida pelo sul.



       Em São Bernardo do Campo, cidade do ABC paulista onde vive uma enorme colônia de varzealegrenses, o migrante procurou conterrâneos sob o argumento de que precisava da indicação para um trabalho.



       Na verdade, o maior interesse do irreverente e engraçado João Sem Braço era confraternizar com os amigos que moravam no sudeste brasileiro, pois não costumava demorar em emprego algum.



      Na casa do conterrâneo Moacir de Barela, antigo funcionário da Volks, após almoçar e tomar umas cervejas, o folgado João Sem Braço, com semblante sério, disse:



      - Moacir, arranje um emprego para mim. mais num arrume de pintor não, pois vai ser complicado eu subir a escada com a lata e o pincel.


Colaboração Régis Teixeira Leandro

(imagem Google)

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