Neste domingo cumpri os vinte e um quilômetros e noventa e sete metros da meia
maratona do Rio de Janeiro. O tempo de duas horas e treze minutos pouco interessa,
pois na categoria de amadores o nosso prêmio se traduz no prazer de participar
e concluir a prova.
Para
quem não aprecia o pedestrianismo pode parecer complicado. Mas é simples, fácil
e inspirador correr, sobretudo apreciando deslumbrantes paisagens como as
praias da Barra da Tijuca, de São Conrado, Leblon, Ipanema, Copacabana,
Botafogo e Flamengo.
No
meio do belo percurso lembrei da minha infância em Várzea Alegre, sertão cearense, quando, todos os anos, em outubro, na semana do município, eu assistia aos corredores da cidade percorrer
as ruas íngremes e pavimentadas com paralelepípedos. Naquela época não havia queniano
voando pelas bandas de cá. Só conheci um campeão, o chapeado - trabalhador braçal - de apelido Catita, que corria mascando fumo, descalço e seu treinamento consistia em carregar
e descarregar os caminhões que abasteciam a cidade.
Certo
ano, após vários quilômetros de subidas e descidas, Catita cruzou a faixa final correndo e dando cambalhotas. Como o
campeão da prova reiniciou o longo percurso, várias pessoas gritaram das
calçadas:
- Ei
Catita, pradonde tu vai ? Tu já ganhou, hômi.
O
incansável corredor, sem diminuir o impressionante ritmo, respondeu:
- Peraí, vou dá só mais uma vorta de agrado.
(imagem Google)
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