segunda-feira, 15 de outubro de 2012

664 - BOMBARDEANDO O MILITAR (Pedra de Clarianã há dois anos)


          Na década de oitenta, os varzealegrenses Klébia, Klecin, Manin Socorrinha moraram em uma modesta casa do Bairro Montese, em Fortaleza. Seguindo o mesmo caminho de outros conterrâneos, com dificuldade, mudaram-se para a capital alencarina em busca de novos conhecimentos e trabalho.

          Naquela época, Socorrinha namorou um sério militar da aeronáutica que sempre visitava a residência do Montese. O namorado se comportava como se vigiasse o quartel, com semblante fechado e mantendo a postura disciplinada da caserna.

          Nas visitas, Socorrinha e o militar sentavam em cadeiras de ferro do jardim, enquanto os irmãos Klébia, Manin e Klecin assistiam ao popular programa do Irapuã Lima na velha tv da sala. Aqui e ali, o namoro era interrompido por Manin, que ia ao jardim e passava a mão na barriga, reclamando que o baião de dois com piqui não lhe fizera bem. A cena se repetia várias vezes e sempre Socorrinha exclamava:

          - Eita minino podre!!!

          Certo dia, Manin se empolgou na TV e não saiu para o jardim da casa, onde os namorados permaneceram sozinhos. Quando se despediu do militar, Socorrinha entrou rapidamente na sala e disse:

          - Ei ManinTu tá surdo hoje? Bati várias vezes na cadeira dando sinal para você ir lá comigo e você não foi. Você quer que eu morra com nó na tripa segurando peido?

          Manin, que recebia cinquenta centavos da prima por cada bufa assumida, justificou:

         - Valha, eu esqueci. Me empolguei com o show de calouros de Irapuan Lima e nem ouvi as batidas na cadeira.

Colaboração:Klébia Fiúza
(imagem Google)

Nenhum comentário:

Postar um comentário