Há algumas semanas, na agradável companhia dos meus
irmãos Fernando e André, do meu primo Francisco Otávio e do meu tio Paulo
Danúbio, fui visitar o primo Antônio Costa, recente morador da distante Serra dos Cavalos, região limítrofe do
município de Várzea Alegre.
Não é tão simples chegar ao deslumbrante topo da serra
e avistar de longe várias localidades varzealegrenses, entre as quais a sede do
município. A tortuosa estrada vicinal possui íngremes ladeiras a vencer e
várias cancelas para abrir. Mas os modernos veículos superam os obstáculos com
desenvoltura e rapidez. Para abertura das cancelas, houve uma divisão de
tarefas entre os passageiros. Em menos de uma hora cumprimos o temido percurso
que os antigos moradores, com suas montarias, faziam lentamente, com muita
dificuldade e enorme esforço, tanto que, em algumas subidas, era preciso
desmontar do animal.
Para nos orientar no divertido e inusitado passeio,
levamos o agricultor e madeireiro Antônio Lourenço, nascido e criado naquela
antes isolada região do município cearense. No caminho, após o sítio Caiana, passamos por uma vereda chamada
"Passe Ligêro", que,
segundo nosso guia, ganhou o nome porque fica logo abaixo de uma grande pedra
que os moradores temem que role e caia sobre quem trafega pelo local.
No meio de uma das mais íngremes e desafiadoras
subidas, com a potente caminhoneta engrenada em marcha de força, meu tio Paulo
interrompeu o momentâneo silêncio dos viajantes, dizendo:
- Essa ladeira é grande, mas é besteira perto da
ladeira do Rubão*...
- E tem pior? - Perguntou o assustado Francisco
Otávio, empresário radicado em Fortaleza e pouco acostumado a essas aventuras
rurais.
Para ilustrar o acidentado relevo do lugar, meu
irreverente tio contou:
- Dizem que a ladeira do Rubão é tão inclinada, mas tão inclinada, que quando o jumento vem
descendo, se inventar de cagar, a merda rola por riba do espinhaço...
* Rubão é um sítio do município de Várzea
Alegre.
(Imagem
Google)
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