Nasci em Várzea Alegre, sertão cearense, mas, no início da década de
1980, me mudei para Fortaleza, onde cursei o segundo grau, atual ensino médio, no tradicional Colégio
Cearense Sagrado Coração.
Certa manhã, um dos professores faltou e, para nossa
tristeza, o rígido e antipático coordenador foi substitui-lo. Para ocupar o
espaço ocioso, propôs aos inquietos alunos que compusessem versos usando as últimas
palavras da estrofe do soneto O Vinho de
Hebe do poeta parnasiano Raimundo Correa:
Quando do Olimpo nos festins surgia
Hebe risonha, os deuses majestosos
Os copos estendiam-lhe, ruidosos,
E ela, passando, os copos lhes enchia...
Vários colegas compuseram belas e românticas poesias e até hoje não entendo porque a
minha foi a mais votada da sala. Ganhei o prêmio e
adquiri a permanente vigilância e "simpatia" do carrasco servidor da escola, com os despretensiosos versos:
Ao
longe o coordenador surgia
Com ares
de arrogância e majestosos
E a
turma de alunos ruidosos
Agora
de raiva se enchia…
(imagem Google)
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