Os moradores da pacata cidade de Várzea Alegre,
especialmente os fiéis frequentadores da antiga Rua dos Perus, atual Coronel
Pimpim, adoravam ouvir as infindáveis histórias do ferreiro Chico Basil.
Por vários anos, todos os dias, nas suas inúmeras
passagens pela movimentada rua, o velho ferreiro encontrava grupos de amigos e
narrava uma situação pitoresca vivida por ele ou talvez criada por sua fértil
imaginação.
Certa vez, Chico contou que viajara ao vizinho
município de Iguatu para encaminhar o seu pedido de aposentadoria rural. No
balcão de atendimento, o funcionário do instituto de previdência, após analisar
a documentação do ferreiro, com uma dose de frieza burocrática, questionou:
- Seu Francisco, o senhor só pode pleitear a
aposentadoria rural se provar que trabalha no campo. Qual a sua ligação com o
meio rural?
O velho ferreiro, apertou o olho cego, esfregou as
mãos entre as pernas e disse:
- Eu boto o povo praí pra roça na vazalegre...
- Como assim, seu Francisco? Indagou o intrigado
servidor da previdência.
Chico Basil completou:
- Sou eu que bato o ferro na brasa, amolo o facão e
faço a enxada pru mode eles levá pra roça...
Colaboração:
Paulo Roberto Bezerra Bitu
(Imagem
Google)
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