terça-feira, 27 de agosto de 2013

789 - APOSENTADORIA DE CHICO BASIL





 
Os moradores da pacata cidade de Várzea Alegre, especialmente os fiéis frequentadores da antiga Rua dos Perus, atual Coronel Pimpim, adoravam ouvir as infindáveis histórias do ferreiro Chico Basil

Por vários anos, todos os dias, nas suas inúmeras passagens pela movimentada rua, o velho ferreiro encontrava grupos de amigos e narrava uma situação pitoresca vivida por ele ou talvez criada por sua fértil imaginação.

Certa vez, Chico contou que viajara ao vizinho município de Iguatu para encaminhar o seu pedido de aposentadoria rural. No balcão de atendimento, o funcionário do instituto de previdência, após analisar a documentação do ferreiro, com uma dose de frieza burocrática, questionou:

- Seu Francisco, o senhor só pode pleitear a aposentadoria rural se provar que trabalha no campo. Qual a sua ligação com o meio rural?

O velho ferreiro, apertou o olho cego, esfregou as mãos entre as pernas e disse:

- Eu boto o povo praí pra roça na vazalegre...

- Como assim, seu Francisco? Indagou o intrigado servidor da previdência.

Chico Basil completou:

- Sou eu que bato o ferro na brasa, amolo o facão e faço a enxada pru mode eles levá pra roça...


Colaboração: Paulo Roberto Bezerra Bitu
(Imagem Google)

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