O conhecido
e bem frequentado estabelecimento de Vicente Cesário, situado no centro da
cidade cearense de Várzea Alegre, não era uma barbearia comum.
Por
várias décadas, no prédio situado na antiga Rua Major Joaquim Alves, os fiéis
clientes não só cortavam o cabelo e faziam a barba. Alí também era possível beber
uma cerveja gelada na interessante companhia do dono do barbearia ou até mesmo
tomar um banho no úmido porão do imóvel.
Na
segunda metade do século passado, em uma tarde quente de setembro, um rapaz
buscou o estabelecimento de Vicente Cesário para tomar um refrescante banho. O
barbeiro informou o preço – dois mil cruzeiros, entregou um pedaço de sabão ao
cliente e indicou a escada de acesso ao escuro banheiro.
Minutos
depois, o jovem voltou com o cabelo molhado, camisa no ombro e uma cédula de
cinco mil cruzeiros na mão, dizendo:
-
Seu Vicente, tire aí os dois mil cruzeiro
do bãi.
-
Você num tem trocado? – perguntou o
barbeiro.
- Tenho
não, seu Vicente. Me dê o troco? – insistiu, com a mão estendida, o impaciente
cliente.
Incomodado
com a pressa e desconfiança do rapaz, o velho barbeiro, enquanto colocava a
cédula em sua carteira, sugeriu:
- Tou sem dinheiro miúdo. Só tem um jeito.
Desça e tome o troco de bãi…
Colaboração: Paulo Cesário
(imagem Google)
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