Em
recente passeio, em um dos trechos da longa viagem da amazônia amapaense ao sertão cearense, apanhei um ônibus em Fortaleza e segui até minha querida
cidade natal, Várzea Alegre. No percurso de cerca de quatrocentos e cinquenta
quilômetros pela estreita e sinuosa estrada do algodão recordei as inúmeras
vezes que cruzei o Ceará naquele transporte coletivo. Difícil contar, mas
desde a infância, em viagens de férias para a capital alencarina, passando pelo
período de estudante morando na capital, até os tempos atuais, foram centenas de viagens.
Desde que
me iniciei nesses caminhos, percebo uma razoável melhoria nos ônibus, com ar condicionado,
banheiro, água mineral e oferta de cobertores. Porém, para mim, o principal
avanço no transporte rodoviário foi o cumprimento da proibição do passageiro em pé. Pode parecer
estranho para os mais jovens, mas era permitido o trasporte de passageiros espremidos, em
pé, mesmo em trechos de cerca de oito horas de sacolejo, como o nosso. Quem conseguia uma vaga sentado e não tinha o azar de um desses infelizes
descansar sentado no braço de sua poltrona viajava com um pouco mais de
conforto.
Na década de 1980, em uma
dessas demoradas viagens, o velho ônibus seguia lentamente, parando a
todo instante, quando, em certo momento, para aumentar o desconforto, alguém flatulou. Um mal cheiro se espalhou no meio dos
apertados passageiros. o varzealegrense de apelido João Sem Braço,
que viajava em pé, antes de encostar o nariz no ombro, gritou:
-
Negrada, Essa foi das braba. Fecha os zói se não cega..
Colaboração: Paulo
Danúbio Carvalho Costa
(imagem Google)
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