domingo, 23 de março de 2014

849 - A MORTE DE OSMUNDO



Eu conheci esta impressionante história há algum tempo nos criativos versos do conterrâneo Mundin do Vale, mas, no último carnaval, no Bar da Castanhola, em Várzea Alegre, eu conversava com Freitas de Chico Padeiro, Lima Discos e outros amigos, quando ali passou, caminhando em direção à Rua São Vicente, o apressado Osmundo Fiúza. E o protagonista da história, com riqueza de detalhes, confirmou o acontecido.

Nas primeiras chuvas de 1965, os jovens amigos Osmundo, Alberto Siebra, Jakson Teixeira, Zé de Borgin e Jonas de Zé de Mônica organizaram uma pescaria no José, sítio situado a pouco mais de uma légua da sede do município de Várzea Alegre. Na verdade, fisgar peixes era mero pretexto para aqueles sedentos rapazes tomar uns bons goles de cachaça.

No fim do divertido passeio, sob o efeito da bebida alcoólica e sem trazer nenhum peixe, os jovens caminhavam de volta para casa, quando, no Sítio São Cosme, entre os terrenos de João Inácio e Doca de Souza, Osmundo sofreu uma desajeitada queda e desmaiou ao se chocar com sua cabeça no chão. O agricultor Vicente Custódio, que por ali passava de bicicleta, aumentou o ritmo das pedaladas e seguiu para cidade em busca de socorro para o acidentado rapaz.

Gustavo Correia, à época motorista de praça, foi acionado, e, em seu Jeep, trouxe Osmundo direto para casa da mãe Dona Dozinha, na Rua Doutor Leandro. A situação era tão grave que, ao carregar o jovem para o quarto, Jakson disse à agoniada mãe:

- Dona Dosinha, taqui o seu cadáver...

A situação chegou ao cume do agravamento quando Dr. Lemos examinou e não encontrou sinais de vida em Osmundo. A morte foi atestada. O choro tomou conta da casa, todos lamentando o prematuro falecimento do simpático rapaz.

Felizmente, o luto durou apenas algumas horas, tempo para o moribundo voltar a si é acordar do susto da queda. A casa encheu novamente. Todo mundo que velara o defunto estirado na cama voltava para ver Osmundo em pé e com saúde. De boca em boca, o caso se espalhou rapidamente pela pequena cidade cearense:

- Tu acredita que o fi de Dona Dosinha enviviceu?

Colaboração: Osmundo Fiúza.
(imagem Google)                     

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