Distante cerca de trezentos e setenta quilômetros de Macapá, Calçoene é um município amapaense pródigo em ouro e com muitas outras riquezas naturais e arqueológicas.
Na década de noventa trabalhei vários meses naquele simpático município e, dentre outras características, fiquei impressionado com a quantidade de chuva que cai na região. Ali, em meio à floresta, registra-se um dos maiores índices pluviométricos do Brasil. Em média, chove por ano quase dez vezes mais que na árida caatinga cearense, onde nasci.
Certo domingo, aproveitando uma trégua das chuvas, com um grupo de moradores locais, fui conhecer a praia de Goiabal, distante cerca de quatorze quilômetros da sede do município. Na ida perguntei sobre a origem do nome Calçoene. Um dos moradores começou a explicar que o diferente nome se originara da junção da palavra calço - que significa cunha - com a letra ene.
Porém, naquele momento, um antigo e espirituoso oficial de justiça do lugar, conhecido como Dom Pedro, interrompeu a explicação e disse que não era nada disso. Segundo ele, há muitos anos, no fim do mês de dezembro, os primeiros moradores do local se reuniram na beira do rio que cruza a cidade para comemorar o nascimento de Cristo. Para ornamentar o local, fincaram ao chão vários pedaços de madeira com letras de papel pregadas, formando a frase FELIZ NATAL. Quando estavam todos reunidos na celebração natalina, de repente soprou um forte vento que fez tombar pra trás a madeira que sustentava a letra N de Natal. Segundo o cômico meirinho, nesse instante, um velho morador gritou a frase que originou o nome do rio e da cidade:
- Minino, corre ali, calça o ene, calça o ene.
(imagem Google)
é muito bem bolado, pode até ser que o Dom Pedro tenha razão, já que as pessoas simples falam errados, pode até ser que ele tenha dito menino calça o ene kkkkkk
ResponderExcluirSua história alegrou minha tarde sombria!
ResponderExcluir