Conversar tranquilamente nos bancos de praça trata-se de um dos programas que mais curto nas frequentes viagens a Várzea Alegre. E quando se tem a companhia de Francisco Basil de Oliveira, o popular Chico Basil, o papo simples se torna ainda mais interessante. No último mês de julho, na Praça do Abrigo, no centro da cidade, o velho e espirituoso ferreiro me contou mais uma de suas simples e divertidas histórias:
Depois de acordar bem cedo e morrendo de vontade de tomar uma cachaça para “equilibrar os nervos”, um viajante procurou um bar numa isolada área rural do sertão cearense. Pela estrada de chão batido caminhou mais de meia légua até encontrar um pequeno comércio aberto. Ao entrar no acanhado estabelecimento, o forasteiro pediu logo uma dose dupla de aguardente.
Enquanto o entranho visitante reparava as prateleiras empoeiradas e quase vazias do pequeno comércio, o balconista se abaixou e encheu um copo de cachaça. O esnobe freguês, mesmo tremendo de vontade, mas querendo mostrar superioridade se dirigiu ao humilde balconista apontando para o copo cheio:
- Na cidade grande, onde moro, não é educado beber a primeira dose. Sirva-se primeiro, rapaz.
Embora estranhando a pouco convincente cordialidade do visitante, o dono do botequim tomou a cachaça de um só gole. Mal o bodegueiro devolveu o copo vazio para o balcão, o freguês, forçando ainda mais o estranho sotaque, falou:
- Agora ponha uma caprichada pra mim...
- Me adesculpa, seu Zé. Num tem mais não. Num quis ser maleducado. Bebi as últimas doses desse derradeiro lito – disse o modesto comerciante mostrando a garrafa vazia e estendendo a mão para receber o pagamento da bebida.
(imagem Google)
muito boa, essa história, caso um dia saia o livrinho, essa tem que tá parabéns por mais essa preciosidade
ResponderExcluirObrigado, Poeta. Um dia a gente faz uma coletânea de histórias do blog....Forte abraço.
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