sábado, 28 de agosto de 2010

238 - CARRO PRÓPRIO





        Poucas situações excitam tanto a vaidade humana quanto a compra de um carro novo. Não bastasse o conforto e a comodidade que o meio de transporte oferece, o carro é também um indicador de prosperidade do dono. Por isso que minha tia Francisca Cavalcante, Quinha, costumava dizer:

          - Flavin tá bem de vida. Anda de “carro próprio”.

         No final da década de 1990, o contador varzealegrense Francisco Demontiê Batista se agradou da Blazer, luxuoso e confortável utilitário da marca Chevrolet. Tanto que possuiu, seguidamente, três carros do mesmo modelo.

          Naquela época, em Fortaleza, Demontiê trocou uma Blazer de cor prata por outra zero quilômetro de cor azul. No automóvel recém adquirido viajou com a família para acompanhar a concorrida festa de agosto em Várzea Alegre.

          Logo ao chegar à Terra do Arroz, Demontiê se encontrou com o bancário Luiz Bitu e o agricultor Zé de Lula. O bancário convidou os dois para a um churrasco no sítio Sanharol, próximo à cidade:

          - Zé de Lula, vamos aqui comigo – disse Luiz.

         O agricultor, com sua originalidade matuta, mesmo sabendo que a Blazer era nova e vendo que Demontiê sequer retirara os plásticos do banco, retrucou:

        - Luizin, eu vou com Tiê. Depois que Marcão da oficina pintou de azul o carro de Tiê eu ainda num andei nele não.



(imagem Google)

3 comentários:

  1. essa foi muito boa, o Zé é um cara muito espirituoso, eu tive com ele essa semana e ele confirma esses causos com uma naturalidade, com isso temos a certeza da veracidade dessas histórias que flavinho posta aqui no blog

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  2. Zé de Lula num vale nadaaaaa !!! kkkkkkkkk

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  3. Vaidade costuma ter preço altíssimo. Um dia, 25 anos atrás, eu querendo trocar o meu carro ofereci um terreno hoje avaliado em R$400 mil e mais o meu carro na troca por um mesmo zero 5 anos mais novo. Deus não deixou. 3 anos atrás vendi o mesmo carro por um preço que seria o mesmo se fosse o outro trocado. Moral da história: veio a valorização imobiliária e eu teria assim queimado um patrimônio de R$400 mil. "Violentíssimo" o salário do pecado...:)

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