segunda-feira, 15 de novembro de 2010

277 - ABAIXO O PRECONCEITO



          Antes das construções e melhorias das estradas, popularização dos meios rápidos de transportes, eletrificação rural, televisão e outras conquistas do mundo moderno, as comunidades do interior viviam isoladas. Nessa época, as moças só namoravam e casavam com rapazes do mesmo lugar, pois pouco se relacionavam com pessoas de outras localidades.
 
          Na segunda metade do século passado, um jovem de Lavras da Mangabeira, de cor negra, foi a um forró em uma pequena e distante localidade do vizinho Município de Aurora, no sul cearense. Ao chegar ao local, conhecido como sítio Pau Branco, a festa já acontecia, com vários casais dançando ao som de um sanfoneiro em um salão de terra batida.

          O forasteiro se animou ao ver as belas jovens do lugar e passou a convidá-las para dançar. Porém, para sua tristeza, foi recebido friamente pela moças. Depois de várias recusas, o rapaz indagou de uma das jovens a razão para a incompreensível rejeição. Com visível timidez, ela respondeu:

         - É porque nós só dança com rapaz de Pau Branco.

          Foi o suficiente para o decepcionado visitante revidar:

          - Ai é? Se subesse eu tinha mandado caiar* o meu.



* pintar com cal diluída em água; branquear.

Colaboração: Maurício Bezerra

(imagem Google)

4 comentários:

  1. http://minhascoresepoemas.blogspot.com/

    segue o meu blog

    adoro cada vez mais o seu blog me faz um bem danado, cada estoria viajo no tempo adoro a simplicidade das palavras,parece que elas estao vivas pulsado forte nas nossas lembranças

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Êita "minino" que seu "Manel Caleiro" ia vender muito cal..... kkkkkkkkkkkkkk
    PS: Era caleiro mesmo e não caeiro....kkkkkkkkk

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  3. já imaginou....pintado?
    ai,ai...entrar aqui é maravilhoso!
    um abraço

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