segunda-feira, 29 de novembro de 2010

287 - FECHANDO A CALÇADA




           As cidades, especialmente as maiores, aboliram o saudável hábito do encontro de seus moradores para conversas nas calçadas. Muito são os motivos elencados para essa mudança na rotina das pessoas, entre os quais o advento da televisão e o aumento da violência nos centros urbanos.

           Na metade do século passado, em Várzea Alegre, sertão cearense, a calçada de Antônio de Norões Moreira, genro do chefe político e coronel Antônio Correia Lima, era bastante freqüentada. Todo fim de tarde, na frente de sua casa, Norões e a esposa Santa recebiam vários amigos e compadres para uma agradável conversa sobre os mais variados assuntos. A boa prosa seguia até cerca de oito horas da noite, quando todos se despediam e o educado casal se recolhia para dormir.

           Certa noite, mesmo com Norões bocejando e Santa quase cochilando, um compadre insistia no prosseguimento da conversa. Os demais freqüentadores já haviam deixado o local, mas aquele ficou até bem mais tarde.

           Como o visitante não parava de conversar nem dava sinais que ia embora, não mais suportando o sono e percebendo o cansaço de sua esposa, já próximo das nove horas, o refinado Norões se levantou da cadeira de couro e falou:

           - Santa, vambora entrar que o compadre tá com muito sono.



Colaboração Bruno de Souza Costa

(imagem Google)

2 comentários:

  1. Sempre que leio o Pedra não há decepções, a risada é garantida... Por isso leio cedo, bom humor é essencial para um bom dia! Bom dia Carregadores!!!

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  2. Minino", eu acho bom uma calçada !!!!!! kkkkkkkkkkkkkkkk
    Fatinha, "tu é que nem eu" ..... kkkkkkkkk Adoro ler o Pedra, pois dou boas gargalhadas.... Sabe aquelas de dobrar???? kkkkkkkkkkkkkkkkk Pois ......

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