Na
década de 70, meu avô paterno, o agricultor e comerciante Raimundo Silvino, adquiriu
um terreno no Brejo, na zona rural do município de Várzea Alegre. O acesso ao
sítio se dava por uma sofrida estrada vicinal, com íngremes ladeiras, curvas fechadas
e muitos buracos.
Meu
querido avô nunca desenvolveu muita habilidade na direção de veículos
automotores. Por tal razão, nem sempre conduzia diretamente sua caminhoneta
marca chevrolet, modelo C-10. Para algumas viagens costumava convidar
outros motoristas, entre os quais o seu caçula Raimundo Cavalcante Filho,
conhecido como Din.
Nas
viagens ao sítio, ainda antes do sol nascer, o velho comerciante seguia no
banco do passageiro mas atento às condições da estrada. Ao enxergar uma grande
erosão no leito da via, meu avô, com seu
autêntico linguajar e seu sotaque matuto, para que o filho Din passasse com o buraco entre as rodas do veículo, gritava:
-
Laça a grota, Reimundo.
(imagem Google)
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