A atual e moderna telefonia permite a conexão
de duas pessoas usando recursos de áudio e vídeo. Significa dizer que hoje não basta ouvir, também é possível ver com quem se fala, independente da distância entre os interlocutores.
Mas
em Várzea Alegre, sertão cearense, essa novidade teconológica parecia existir
desde a segunda metade do século
passado.
Meu
tio Antônio Ulisses contava que certa manhã da década de oitenta ligou para o escritório do primo Hélio Costa, no
momento em que este competente engenheiro, com outros técnicos, examinava a
planta de uma obra e realizava cálculos estruturais. O desligado doutor
Hélio retirou o velho aparelho do gancho
e o encostou no ouvido.
Percebendo
que alguém atendera o telefonema, o corretor de algodão Antônio Ulisses, do
outro lado na linha, perguntou:
- Dotô Hélio tá poraí ?
O capaz
e dispersivo engenheiro, em vez falar, apenas confirmou gesticulando, mexendo a cabeça para cima e para baixo.
Sem ouvir nada, Antônio Ulisses continuou:
- Dotô Hélio tá ocupado ?
Ainda com o pesado telefone no ouvido, sem
abrir a boca, o desatento engenheiro, como se já naquela época existisse a videochamada, apenas com gestos,
respondeu ao primo Antônio Ulisses girando a cabeça para os lados.
(imagem Google)
lembro bem o meu pai contando essa história lá no " beco" em Várzea Alegre-ce.Parabenizo Flavinho pela habilidade literária de escrever seus contos,principalmente quando se trata de uma história que geralmente é contada através de gestos e ele repassa para o leitor,onde este compreende perfeitamente a mensagem.
ResponderExcluirvaleu Flavim, vc é 10 !
abração do primo ,
Antônio costa
Infelizmente não tive a oportunidade de conhecer essas ilustres pessoas de Varzea Alegre. Imagino que esta situação deve ter sido bastante cômica.
ResponderExcluirLetícia de OLiveira
Fico a imaginar a cena e percebo que muitas vezes agimos assim. São ótimas as histórias de Antonio Ulisses.
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