sábado, 14 de abril de 2012

587 - O BOLETIM DE JOÃO SEM BRAÇO




         O varzealegrense Raimundo Alves Bezerra, ainda criança, ganhou o apelido de João Sem Braço após perder o membro superior esquerdo em um gravíssimo acidente. A deficiência não impediu o garoto de desenvolver várias habilidades. Mas, infelizmente, ele nunca se interessou pelos estudos.

         Em meados da década de setenta, em Várzea Alegre, sertão cearense, João Sem Braço, voltando da escola, encontrou sua amiga e vizinha Klébia Fiúza no pé da ladeira da Rua Doutor Leandro. Vestindo a farda da escola, o pouco esforçado estudante pediu:

         - Klébia, queria que tu dissesse a pai que as notas vermêa do meu boletim são as boa.

         Mesmo conhecendo as peripécias do vizinho, Klébia perguntou:

         - Mas porque eu vou ter que mentir pra seu Joaquim Gibão?

         Com ar sério, João Sem Braço explicou:

          - Pai num sabe que meu boletim é igual a uma lista telefônica...

          - Como assim? – indagou Klébia.

          O relaxado estudante completou:

        - É que minhas nota parece número de telefone. Olhe aqui. Só tem dois dois três, três três, zero zero.  


Colaboração Klébia Fiúza
(imagem Google)

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