quinta-feira, 23 de julho de 2009

62 - A VACA MIUDINHA

          Antônio Ulisses sempre recebeu especial atenção e carinho de todos os seus parentes, sobretudo dos seus irmãos e irmãs.

          Sua irmã Aldair cooperou bastante no período da aquisição de parte do Sítio Santa Rosa de herdeiras de seu avô Dirceu. Sempre que Antônio Ulisses precisou de dinheiro para completar o negócio contou com o apoio irrestrito daquela sua irmã.

         Em busca de capital, vendeu algumas vacas a Aldair. Na ocasião, quando ligava para Fortaleza para tratar do negócio, fazia propaganda do animal, dizendo:

         — Aldair, a vaca é uma beleza, é grande, vistosa, é uma Betinha de Raimundo Alagoano.

         A comparação, para facilitar o negócio, servia para demonstrar o quão vistosa era a vaca, pois Betinha era conhecida por ser uma mulher com altura bem acima da média.

        Depois de algum tempo, passeando por Várzea Alegre, Aldair visitava o sítio Santa Rosa, aproveitando para dar uma olhada na sua nova aquisição.

        Conhecendo bem seu irmão e disposta somente a ajudá-lo, a compradora não era surpreendida quando via que a vaca adquirida era a menor do curral. Dessa vez, da porteira do curral, Antônio Ulisses mudava a comparação, dizendo:

        — Aldair, tá vendo? A vaca é pequenininha, mas é boazinha como Dinha de Saraiva.


* extraído do livro “Conte Essa, Conte Aquela – Histórias de Antônio Ulisses”

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