A tradição de raptar a pretendente remonta às origens do casamento. O violento costume durou até poucas décadas atrás, principalmente no interior nordestino, onde as regras rígidas dificultavam o início do relacionamento.
Em Lavras da Mangabeira, sertão cearense, no início da década de setenta, um velho agricultor apanhava algodão na roça, quando sua esposa surgiu, assustada, com as mãos na cabeça, e dizendo:
- Pelo amor de Deus. Você não sabe o que aconteceu, hômi? Nossa fia mais véia fugiu com o namorado. Os dois foram de cavalo pras bandas do Cedro.
O pai não se surpreendeu pois a filha de quase trinta anos já namorava há tempo com o tímido rapaz. Com tranquilidade, continuando a catar o algodão do pé e colocar em um saco, o experiente e sábio agricultor disse:
- Muié, agora tá sem jeito. É que nem broca* na roça, depois que risca o fosco** não tem mais quem ataie o fogo.
* broca é a prática comum no sertão de derrubada das matas na estação seca para posterior queimada como preparação do plantio.
** redução para fósforo
Colaboração: Maria de Lourdes Souza
Flavim, muito boa,foi o meu presentede NATAL.
ResponderExcluirUm abraço.
Agua morro abaixo, fogo morro acima e moça quando quer (casar), so Deus pra empatar... KKKK
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