Em certa época, funcionou na calçada alta da casa do talentoso artista Damião dos Bonecos, na rua 13 de Maio, uma concorrida mesa de baralho. Do “fó e bata” costumavam participar o próprio dono da casa, Antônio Ulisses, Chico Basil e José Faris Mota (Zé de Abel).
No meio das partidas, Fransquinha, esposa de Damião, servia gentilmente aos jogadores xícaras de saboroso café “torrado no caco”. Ao receber a sua, antes de dar um primeiro gole, Antônio Ulisses olhava para o genial criador do “Casimiro Coco” e dizia:
— Vixe...E é sem queijo?
É óbvio que se tratava apenas de mais uma brincadeira para aperrear o também espirituoso dono da casa.
Lá pelas tantas, ainda no mesmo jogo, Chico Basil fez um descarte e Zé de Abel, de imediato, vibrou, dizendo:
— Eita Carta Boa!
Decepcionado por haver entregue a carta esperada por seu adversário de jogo, o ferreiro retrucou com um maravilhoso repente:
— Zé, carta boa é a que vem de São Paulo, com dinheiro da Volks.
Mais adiante, ainda do decorrer da partida, o mesmo Zé de Abel, num dia de sorte, comentou:
— Oh, armação grande!
Mais uma vez, azarado no jogo, o ferreiro não mediu as palavras, e disse:
— Zé, armação grande foi a de um jumento de lote que eu vi hoje de manhã na roça de Virgílio Moreno, no “Baixii” do Exu.
*extraído do livro Conte Essa, Conte Aquela - Histórias de Antônio Ulisses
Ilustração: Edricy França
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ResponderExcluirA cada postagem vem um causo melhor e você ainda quer que escolhamos só os dez melhores para o livro..... Pense numa coisa difícl!!!!
Quando eu crescer quero ser igual a você... Sou sua fã !!!!