sexta-feira, 16 de março de 2012

571 - O EPITÁFIO DO BOÊMIO




Após uma semana de intensos estudos no Rio de Janeiro, recebi o convite de um simpático vizinho, Carlão Medeiros, para conhecer alguns bares dos movimentados, bonitos e agradáveis bairros da zona sul.

Mesmo sem consumir bebida alcoólica há mais de dez anos, aceitei prontamente o convite. Afinal, para sentir a cidade, conhecer as pessoas e entender o verdadeiro espírito carioca, torna-se imprescindível passar por esses reveladores e bem frequentados ambientes.   

No périplo por Ipanema, caminhando por elegantes ruas, paramos inicialmente ao lado do balcão do lotado Popeye, na Visconde de Pirajá. Em seguida, sentamos no tradicional e histórico Garota de Ipanema, onde Tom Jobim e Vinicius de Moraes se inspiraram para compor umas das mais belas e conhecidas canções brasileiras.

No vizinho Leblon, conheci o Bracarense, Azeitona e Cia e o Belmonte. Por fim, estivemos no Chico e Alaíde, chamado de dissidência, pois montado por antigo garçom e cozinheira do Bracarense. Ali, fomos recebidos pelo simpático sócio Chico, cearense de Crateús, que, por sua paixão por corridas de cavalo, recentemente foi objeto de reportagem no Jornal O Globo sob o título “do Jegue ao Jóquei”.  

Em todos esses bares, enquanto provava deliciosos  petiscos e bebia água, sucos e refrigerantes, o meu hospitaleiro cicerone tomava gelados chopps e contava boas e divertidas histórias da boemia carioca. Em certo momento da conversa, Carlão, com seus mais de dois metros de altura, com o copo erguido após um grande gole, disse:   

- Eu já escolhi a frase pra ser escrita em minha lápide quando eu morrer: Aqui jaz Carlão Medeiros. Enfim parou de beber.


(imagem do sitio eletrônico do Bar Chico e Alaíde)

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