Em Várzea Alegre, na metade do século passado, Zé de Freitas, conhecido produtor rural do sítio Arapuá, gostava de contar exageradas e impressionantes histórias.
Certa vez, na boca da noite, em uma debulha de feijão, com os moradores reunidos na calçada da casa grande, o produtor rural, enquanto abria as vagens, narrou um caso daquelas bandas do sertão cearense:
- Faz uns vinte ano que fui deixar um gado na Boa Sorte. Chegano no Machado*, descia uma cheia grande. Na correria pra atravessar os animal acabei perdeno meu relógio na água. No ano passado, na seca, cruzei o riacho e vi um negócio alumiando no mei da areia. Num era o relógio que caiu lá?
Um morador, desconfiado, com tom de descrença, falou:
-Eita, seu Zé, é muita sorte achar o relógio no mesmo canto depois de tanto tempo.
O agricultor, com a mesma seriedade, completou:
- Num me admirei de achar não. De admirar foi que o relógio tava funcionano, dano as hora direitin.
* Riacho do Machado - pequeno mas importante rio de Várzea Alegre; um dos principais afluentes do Rio Salgado.
Colaboração: Antônio Alves da Costa Neto
(imagem Google)
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ResponderExcluirÊita que esse relógio era igual ao relógio do pai de vó......kkkkkkkkkkkkkkkkk
Ô reloginho danado de bom Sô!
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