No ano de 1968 vivia-se o auge da Jovem Guarda, movimento que mesclava música, comportamento e moda. Mas em resistência à massificação do ritmo iê-iê-iê, os rádios brasileiros tocavam o seguinte xote:
"Cabra do cabelo grande
Cinturinha de pilão
Calça justa bem cintada
Custeleta bem fechada
Salto alto, fivelão
Cabra que usa pulseira
No pescoço medalhão
Cabra com esse jeitinho
No sertão de meu padin
Cabra assim não tem vez não(…)”
Os versos bem humorados do Xote dos Cabeludos, do grande compositor varzealegrense José Clementino, imortalizados pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, traduzem a desconfiança do sertanejo com a aparência pouco convencional dos membros e adeptos da Jovem Guarda.
Alguns anos depois, quando adolescentes, eu e vários outros primos, entre os quais Hildemburg (Nenê) e Hildemberg (Bega), decidimos usar brincos. Além das dores decorrentes da inflamação nas orelhas, sofremos comentários e críticas em face do à época pouco comum comportamento de jovens do interior cearense.
Em um fim de tarde estávamos reunidos no Calçadão Antônio Costa, no Bar de Toinha Boa Água, quando nosso tio Francisco da Chagas (Chico Nenê) se aproximou e passou a nos observar. Estranhando seus sobrinhos com adornos enfeitando as orelhas, Chico, com sua voz retumbante e indiscreta sinceridade, comentou:
- Meus sobrinhos, não se enfeze comigo não, mas se tivesse com vontade de dá o cu eu não ficaria nesse arrodeio todo não.
(imagem Google)
deve ter sido uma grande surpresa pra Chico nenen ver os seus sobrinhos tudo de orelha arrodeada de brinco...imagino a reacao..kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirantonio costa
Dr. Flavio, eu imagino o Chico Neném como ficou.
ResponderExcluirMoro neste Rio de Janeiro há mais de trinta anos e ainda acho esquisito ver um adolescente cheio de brinco e piercing!
Dr. Flavio, todo adolescente passa por essa fase.Mudam os tempos, mas as fases continuam existindo.Rsrsrs
ResponderExcluirUm abraço.
Dr. Flávio.
ResponderExcluirUma vez Nicolau Sabino passou com um cabelo longo amarrado no estilo rabo de bexta, de frente a barbearia de Raimundo Inácio. Quando ele acabou de subir a ranpa, Raimundo falou:
- Esse menino de Raimundo Sabino, amarrou o rabo de cima pra soltar o debaixo.
Abraço.
Mundim.