Eu
me criei em Várzea Alegre em uma pequena e estreita rua, chamada oficialmente
de São Raimundo, mas conhecida por Beco
da Liberdade. Trata-se de mais um dos contrastes da aprazível cidade
cearense, pois por muitos anos aquela viela foi o principal acesso para a
antiga cadeia pública.
O
coletor de impostos aposentado Edmundo Evangelista, conhecido como Nenê Marinheiro,
com sua numerosa e simpática família, viveu por muitos anos ao lado da nossa
casa.
Na
década de setenta, Seu Nenê, com idade avançada, sempre
pedia para visitar o Sereno, seu antigo terreno rural. Como nem sempre era
possível levá-lo, as filhas davam voltas com o velho pai, rodeando o quarteirão, como se fossem para o sítio.
Em
um fim de tarde, Seu Nenê, caminhando com dificuldade, fazia
um desses passeios fictícios quando encontrou meu pai voltando para casa após
um dia de intenso trabalho. Ao vê-lo, o idoso, sofrendo com a senilidade, comentou com a filha Fátima Holanda, que o
acompanhava:
- Oia Luiz Silvino como é meu amigo. É meu vizinho na rua*
e também tem casa aqui no Sereno...
* Em várzea alegre, rua também pode significar a sede do
município.
(imagem Google)
Eu também me criei neste beco. Hoje moro longe dele. Sempre entro no seu blog e leio seus causos descontraídos.
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