sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

719 - CÉU DO SERTÃO





Olhar para o céu, em direção ao nascente, com a mão protegendo os olhos dos fortes raios solares, buscando algum sinal de chuva, trata-se de um dos gestos mais repetidos pelo nordestino do sertão.

Na cidade de Várzea Alegre, interior cearense, em um fim de tarde de meados do século passado, durante um longo e sofrido período de estiagem, o comerciante conhecido como Chico Cego, do muro da sua casa, gritava sempre para a vizinha:

- Maria Amélia, espie aí pro nascente pra ver se tem algum preparo...

A professora Maria Amélia olhava para o alto e, lembrando a pureza da mãe do menino Jesus, respondia ao primo de seu esposo Antônio Costa:

- Chico, o céu tá todo azul, limpo que só o coração de Maria...


Colaboração: Terezinha Costa Cavalcante

(imagem Google)

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