Em um feriado prolongado da década de oitenta, os primos e amigos
Antônio Ulisses e Tércio Costa viajaram juntos de Várzea Alegre para
Fortaleza. No carro também foram Antônio Costa e Dirceu, filhos do
corretor de algodão Antônio Ulisses.
No município de Jaguaribe, ainda na metade do longo percurso, o
engenheiro Tércio parou para o almoço em um modesto restaurante às
margens da rodovia BR 116.
Antônio Ulisses indagou por quanto o proprietário do estabelecimento
alimentaria os quatro passageiros. Naquele dia de pouco movimento,
aproveitando a oportunidade para ganhar uns trocados, o dono do
restaurante disse que bastaria o pagamento de três refeições, pois no
grupo havia duas crianças. Mesmo assim todos poderiam comer até se
fartar.
Os quatro sentaram à mesa e passaram a se servir da abundante comida.
Na medida em que as tigelas esvaziavam, o dono do restaurante cuidava em
trazer para os esfomeados passageiros novas guarnições de feijão,
arroz, farofa e temperos diversos.
Depois de comer bastante, Antônio Ulisses e Tércio deixaram a mesa e
pediram café. Porém, para o espanto do proprietário da casa, os meninos
continuaram a comer. Naquele ritmo, os apetitosos garotos raspariam as
panelas e causariam prejuízo ao restaurante.
Já cansado de tanto trazer comida, na intenção de completar com água os
insaciáveis buchos dos meninos, o proprietário do estabelecimento
sugeriu:
- Vocês querem uma aguinha?
Antônio Costa, o garoto mais velho, com a boca cheia de comida, falou:
- Não, seu Zé. A gente só toma água do mei pro fim. Mas pode trazer uma pimentinha pra mode nós enfezar a língua...
Colaboração: Irapuan Costa
(imagem Google)
Nenhum comentário:
Postar um comentário