quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

724 - BONS DE GARFO (Pedra de Clarianã há dois anos)



        Em um feriado prolongado da década de oitenta, os primos e amigos Antônio Ulisses e Tércio Costa viajaram juntos de Várzea Alegre para Fortaleza. No carro também foram Antônio Costa e Dirceu, filhos do corretor de algodão Antônio Ulisses.

        No município de Jaguaribe, ainda na metade do longo percurso, o engenheiro Tércio parou para o almoço em um modesto restaurante às margens da rodovia BR 116.

        Antônio Ulisses indagou por quanto o proprietário do estabelecimento alimentaria os quatro passageiros. Naquele dia de pouco movimento, aproveitando a oportunidade para ganhar uns trocados, o dono do restaurante disse que bastaria o pagamento de três refeições, pois no grupo havia duas crianças. Mesmo assim todos poderiam comer até se fartar.

        Os quatro sentaram à mesa e passaram a se servir da abundante comida. Na medida em que as tigelas esvaziavam, o dono do restaurante cuidava em trazer para os esfomeados passageiros novas guarnições de feijão, arroz, farofa e temperos diversos.

       Depois de comer bastante, Antônio Ulisses e Tércio deixaram a mesa e pediram café. Porém, para o espanto do proprietário da casa, os meninos continuaram a comer. Naquele ritmo, os apetitosos garotos raspariam as panelas e causariam prejuízo ao restaurante.

        Já cansado de tanto trazer comida, na intenção de completar com água os insaciáveis buchos dos meninos, o proprietário do estabelecimento sugeriu:

       - Vocês querem uma aguinha?

       Antônio Costa, o garoto mais velho, com a boca cheia de comida, falou:

      - Não, seu . A gente só toma água do mei pro fim. Mas pode trazer uma pimentinha pra mode nós enfezar a língua...



Colaboração: Irapuan Costa

(imagem Google)

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