No sertão
nordestino, o tratamento para o pinto (filhote da galinha)
fraco era simples e eficiente. Bastava colocá-lo embaixo de uma cuia e bater
até a pequena ave recuperar as forças e ressuscitar.
Em uma
quarta-feira de cinzas da década de 80, na cidade cearense de Várzea Alegre, após
uma noite de muita folia, o jovem Julio Bastos Leandro chegou a sua casa pela manhã com
um Pau de Galinheiro nos ombros.
Ainda na porta, Delmir, sua preocupada mãe, perguntou:
- Julin, onde você arrumou tanta galinha?
O
folião, ainda sob o efeito da bebida consumida na madrugada, respondeu:
- Mãe,
eu comprei lá no Calçadão* pra senhora fazer um caldo pra nós...
No
fogão, Delmir já preparava para o almoço de
cinzas uma panela com outra galinha caipira trazida do sítio Rosário. Após alguns minutos, Julin
entrou na cozinha e disse:
-
Mãe, que barulho é esse? Por que a senhora tá
batendo nessa cuia?
-
Meu fi, tou tentado ver se essas galinha
num morre, elas tão fracas, parece que tão cum gôgo**...
- Num
adianta mais não, mãe. Eu já trouxe elas de pescoço puxado pra senhora num ter trabalho...
* Calçadão Antônio Alves
Costa, área de lazer de Várzea Alegre.
** nome popular da Coriza Infecciosa, doença que acomete as galinhas.
(imagem Google)
Colaboração: Júlio Bastos
Leandro
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