Em fevereiro de 1986, para controlar a inflação que
atingia trezentos por cento ao mês, o presidente José Sarney anunciou o Plano Cruzado. Os preços foram
congelados e os consumidores passaram a reprimir diretamente a remarcação nos
supermercados e em outros estabelecimentos varejistas. No peito, a população usava bottons com o
título Fiscal do Sarney.
Apesar da euforia inicial, o plano não chegou sequer
ao fim daquele ano. A inflação voltou com muita força e a carestia tomou conta
dos produtos, inclusive dos que formavam a cesta básica.
No carnaval de 1986, em Várzea Alegre,
interior cearense, logo após o lançamento do plano econômico, eu,
recém-aprovado no vestibular, desfilei pelas ruas nos blocos de sujo da cidade
bem atrás da animada bateria da Escola
de Samba Mocidade Independente do Sanharol.
A minha fantasia era simples e inspirada pelo efusivo
e fantasioso momento econômico que o país vivia. Com um cordão amarrado ao dedo,
puxava um carrinho de plástico e no
pescoço trazia uma folha de cartolina com a seguinte frase: Obrigado, Sarney. Já pude comprar um fusca.
(imagem
Google)
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