sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

306 - CABEÇA DE PORCO



         Até mesmo para famosos matemáticos, há certa dificuldade na operação salomônica de “repartir com arte sem ficar com a maior parte”.

         Certa manhã, na década de noventa, em seu Sítio Santa Rosa, próximo à sede do Município cearense de Várzea Alegre, o corretor de algodão Antônio Ulisses pediu ao morador José Airton (Doda) que matasse um porco. Em retribuição ao serviço extra, caberia a Doda, como sempre, a cabeça do animal.

           Concluída a trabalhosa matança e preparação do porco, o morador do sítio foi entregá-lo ao patrão, e comentou:

           -Seu Antôi, eita bacurin miúdo!

          Percebendo que o jovem e esperto morador avançara em sua parte, pois dividira o animal muito abaixo da cabeça, o sagaz e irreverente Antônio Ulisses ironizou:

          - É Doda, pequeno e cabeçudo que só cearense. E do jeito que você cortou é mais vantajoso eu ficar com a cabeça e você com o corpo.



(imagem Google)









2 comentários:

  1. Ele,o matador, não sabia com quem tava le dando não? Gostei!!!!!
    abraços

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  2. É como dizia minha velha avó "quem parte e reparte e não fica com a maior parte ou é tolo ou não entende da arte" e percebe-se que de tolo Doda não tem nada...rsrsrsrs. Abraços.

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