terça-feira, 4 de setembro de 2012

647 - CALOTEIRO AMIGO (Pedra de Clarianã há dois anos)




          Quase todo mundo já foi vítima de um amigo que adora tomar dinheiro emprestado e sempre se esquece de pagar. Normalmente eles não cumprem os compromissos. São péssimos de negócio, mas ótimos de conversa. O dilema sempre aparece: perder o amigo, o dinheiro ou os dois?

          Em Várzea Alegre, na década de 1970, um desses conhecidos velhacos, com um bom papo, conseguiu enganar os irmãos e comerciantes Luiz, Antônio (Pista) e Zé do Norte. Não satisfeito, na mesma época, passou a procurar o pai dos três, dizendo que teria um negócio a tratar.

           Preocupado que o seu querido pai também caísse no golpe do caloteiro, Luiz, filho mais velho, alertou:

           - Papai, fulano tá procurando o senhor. Com certeza é pra pedir dinheiro emprestado. Cuidado. Eu, Zé do Norte e Pista já fomos enganados por ele.

           O velho Raimundo Silvino, experiente comerciante do sertão cearense, certamente incomodado com a ingenuidade dos filhos, com sua ironia matuta, retrucou:

        - É danado! Você, Antôi e José foram os bozin. Emprestaram o dinheiro e eu que vou negar. Luiz, vocês querem que o rim seja eu?

(imagem Google)

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