terça-feira, 6 de novembro de 2012

672 - O BILHETE (Pedra de Clarianã há dois anos)






             As localidades da zona rural do município de Várzea Alegre sempre foram muito apreciadas por Antônio Ulisses. Inúmeros eram seus amigos agricultores.

             Certo dia, juntamente com seu primo Tércio, foi fazer uma visita no sítio Lagoas. Para o almoço, o proprietário Gilson Primo, casado com uma irmã de Aparecida, Divanir, havia providenciado um carneiro.

           Ainda pela manhã, antes da aguardada refeição, Tércio precisou voltar à sede do Município para tratar de um assunto particular. Na saída, já no interior do veículo, o engenheiro foi interceptado por Antônio Ulisses, que lhe pediu o seguinte:

            — Tércio, vou anotar nesse papel um remédio pra você comprar na cidade. Por favor, não esqueça. É importante. Se não tiver em João Pimpim vá em Zé de Ginu mas não deixar de trazer.

           Tércio pôs o bilhete no bolso e seguiu sua viagem. Já na cidade, após resolver suas pendências, dirigiu-se à Farmácia Confiança, de Seu João Pimpim. Ao encostar-se junto ao balcão, para saber qual o remédio encomendado, retirou o papel do bolso e leu: “Tércio, por favor, não traga Raimundo Pedro”.

         Essa foi apenas uma das muitas brincadeiras que Antônio Ulisses criou com seus amigos. Em que pese o afamado apetite de Raimundo Pedro, ao contrário do escrito, desejava era também a divertida presença do amigo na ocasião em que fosse servida à mesa a deliciosa criação no Sítio Lagoas.



*Extraído do livro “Conte Essa, Conte Aquela – Histórias de Antônio Ulisses”

(ilustração Edricy França)

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