O
futebol nunca foi privilégio dos moradores de centros urbanos ou de grandes cidades. Em todo
os lugares do país, nas mais longínquas regiões, o popular esporte possui praticantes.
Um dos divertimentos preferidos dos agricultores de Várzea
Alegre, sertão cearense, sempre foi jogar o chamado esporte
bretão. Em meados do século passado as partidas de futebol ocorriam em
campos improvisados, dentro das roças, onde os esforçados jogadores chutavam a costurada bola
de couro, que possuía em seu interior uma câmara de ar feita da bexiga do boi.
Em uma dessas disputas, os agricultores dos sítios Roçado de Dentro e Açude Velho marcaram uma partida de futebol no campo da vizinha comunidade
da Formiga. O vigoroso lavrador Antônio
André, por sua conhecida força nos pulmões, foi chamado para soprar e encher a bola
do jogo. Homem ligado ao Reisado, Penitentes e outras manifestações
populares, acabou também escalado para participar do evento daquela tarde de domingo.
Iniciada a partida, os jogadores saíram correndo atrás da bola
em acirrada disputa. Já perto do fim do primeiro tempo, após muito correr pelo
meio do campo, o incansável agricultor
Antônio André, demonstrando conhecimento limitado sobre as regras do jogo, abordou um outro atleta do seu time e perguntou:
- Cumpade Antonito, pra que lado mermo é que nós tamo botano?
Colaboração:
Antônio Moraes
(imagem
Google)
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