sábado, 3 de setembro de 2011

463 - O JUIZ E A CORONEL




Há mais de cem anos, a latifundiária Fideralina Augusto Lima marcou a história política de Lavras da Mangabeira e do Ceará. Com força, rigor e coragem, em época e lugar onde prevalecia ainda mais fortemente a vontade masculina, aquela destemida mulher comandou os destinos da região.

Em certo domingo, do final do século dezenove, em uma  concorrida festa ocorrida no sítio Tatu, uma das muitas propriedades rurais de Fideralina, um juiz recém chegado à Comarca de Lavras da Mangabeira passou o dia  dançando  de rosto colado com uma das filhas solteiras da temida Coronel. 

Terminando a tarde, no final do evento festivo, o juiz se despedia de todos quando a poderosa chefe política se aproximou e disse:

- Dotô, quero fazer outro convite.

- Muito bem, Dona Fideralina. Terei muito prazer em voltar – afirmou o engomado e formal magistrado.

- Já que  passou o dia “dançando de face” com minha filha quero convidar Vossa Excelência para seu casamento com ela – finalizou Fideralina, determinando um matrimônio que logo se realizou.


Colaboração: José Solário Crispim (Bibi)
(imagem Google)

Um comentário:

  1. Nossa que mulher determinada de uma fibra forte tipicamente nordestina dessas que não levava desaforo pra casa.Ela fazia naquela época coisas que muitos homens que vestiam calças mais que não tinham a coragem dessa grande mulher que LAVRAS MANDOU PRA FICAR NA HISTORIA .

    ResponderExcluir