Na segunda metade do século passado, sempre
no início da noite, em Várzea Alegre, o produtor rural Zé de Freitas costumava se reunir com os moradores de suas
extensas terras para uma boa e divertida prosa.
Certa vez, na boca da noite, após um dia de exaustivo trabalho, na calçada da
casa grande do sítio Arapuã, um dos trabalhores falou:
- Seu Zé, disse que o negócio lá nas’europa é avançado demais. O caba
joga o poico numa máquina e do outo lado já sai a linguiça pronta.
Outro morador foi além:
- Isso é nada, rapaz. Soube que o Japão
é mais adiantado ainda. Lá o caba joga a linguiça na ponta e sai o poico
vivo do outro lado.
Zé de Freitas, que ouvia calado as
exageradas histórias de seus empregados, se levantou da cadeira de balanço e contou:
- Hômi,
vocês lá sabe o que é lugar
adiantado. Avançado é nas'Alagoas. O operário mete a cana pra moer no engein e lá na frente já saí um caba nos braços da polícia.
Colaboração: Antônio Alves da Costa Neto
(imagem Google)
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