quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

545 - ENCHENDO LINGUIÇA




Na segunda metade do século passado, sempre no início da noite, em Várzea Alegre, o produtor rural Zé de Freitas costumava se reunir com os moradores de suas extensas terras para uma boa e divertida prosa.

Certa vez, na boca da noite, após um dia de exaustivo trabalho, na calçada da casa grande do sítio Arapuã, um dos trabalhores falou:

- Seu Zé, disse que o negócio lá nas’europa é avançado demais. O caba joga o poico numa máquina e do outo lado já sai a linguiça pronta.

Outro morador foi além:

- Isso é nada, rapaz. Soube que o Japão é mais adiantado ainda. Lá o caba joga a linguiça na ponta e sai o poico vivo do outro lado.

Zé de Freitas, que ouvia calado as exageradas histórias de seus empregados, se levantou da cadeira de balanço e contou:

- Hômi, vocês lá sabe o que é lugar adiantado. Avançado é nas'Alagoas. O operário mete a cana pra moer no engein e lá na frente já saí um caba nos braços da polícia.


Colaboração: Antônio Alves da Costa Neto
(imagem Google)

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