Nas
últimas décadas a vigilância sanitária lançou importantes campanhas alertando
que os instrumentos utilizados nos salões de beleza e nas barbearias, se não
forem devidamente esterilizados, podem se tornar meios de transmissão de
doenças como a hepatite. Um grande avanço, pois antigamente as informações não
chegavam aos profissionais, especialmente nas localidades mais distantes e
isoladas do país.
Na
segunda metade do século passado, um varzealegrense que migrara para São Paulo voltou à querida cidade natal para o período da festa do padroeiro
São Raimundo Nonato. Buscando se preparar para os eventos religiosos e festivos
da pequena cidade cearense, o paulista
se dirigiu a uma tradicional barbearia, onde Vicente Cesário acabava de cortar o cabelo e fazer a barba de outro
cliente.
O recém chegado se sentou imediatamente na cadeira. O velho
barbeiro aplicou pinceladas de espuma no rosto do paulista e se aproximou de um
balcão para amolar a navalha usada na barba do cliente
anterior. Dentro do estabelecimento ouvia-se o forte barulho da lâmina em fricção com
a madeira:
- lapo, lapo, lapo...
Terminada a barulhenta afiação, o barbeiro
Vicente Cesário virou-se com a navalha na mão. O cliente, com carregado e
misturado sotaque, mesmo com o rosto repleto de espuma, perguntou:
- Que
isso, meu ? Num vai nem passar um alcoolzin
na navaia para matar os germe e os micróbio?
O velho
barbeiro, com seu jeito rude e sua conhecida espirituosidade, já se posicionando para iniciar o
serviço, retrucou:
- Oh caba besta. Tem lá micróbrio que aguente umas lapada daquela na cabeça.
Colaboração: Robson Frutuoso Bezerra
(imagem Google)
Flavim, Vicente deixou saudades ao povo descontraido de VA.
ResponderExcluirÉ verdade, Dr. Rolim. Deixou saudade a todos nós.
ExcluirFlavim, parabéns pelo blog. As historias do seu Vicente..kkk são muitas vc sabe.
ResponderExcluirBj
Querida Jiordana...
ExcluirEu adoro as histórias do seu pai. Com respostas simples e inteligentes.
O blog só existe graças a pessoas como seu Vicente Cesário.
Grande abraço.