terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

561 - OVO COZIDO (Pedra de Clarianã há dois anos)





           Após permanecer várias décadas na árdua atividade agropecuária, José Tomaz Lemos, de apelido Zuza, resolveu estabelecer uma pequena bodega em sua casa, na sede da sossegada vila de Mangabeira.

          Na trabalhosa atividade comercial, Zuza Lemos manteve a mesma desenvoltura, bom humor e espontaneidade que marcaram sua vida.

         Certa manhã, uma mulher chegou ao seu estabelecimento e pediu um quilo de “feijão de corda*”. Quando o comerciante terminava de embrulhar o pedido, a desconfiada cliente perguntou:

           - Seu Zuza, esse feijão é bom mesmo?

           - Bom demais! Cozinha que só ovo. – Respondeu o velho bodegueiro.

           No dia seguinte, logo cedo, a cliente, “soltando fogo pelas ventas”, voltou ao estabelecimento:

           - Seu Zuza, o senhor me engabelou. Disse que o feijão era bom, que cozinhava igual ovo. Esse feijão num presta não. Passou duas horas no fogo e continuou duro que nem pedra.

           O comerciante, pendurando uma corda de cebolas, de imediato replicou:

            - Oxe, e ovo não é assim não? Quanto mais cozinha mais fica duro.




* nome popular do Vigna unguiculata, feijão predominante no interior nordestino

Colaboradora: Eliomar Gonçalves de Lemos Gomes.

(imagem Google)

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