terça-feira, 19 de julho de 2011

430 - O DODGE E A ENXADA



Embora contasse muitas e boas histórias do tempo em quem serviu o exército em Fortaleza, nesse período o indisciplinado Antônio Ulisses não teve vida fácil. Como todo soldado, além dos puxados treinamentos, foi escalado para outras atividades externas, como limpeza das ruas e podagem das árvores das movimentadas avenidas da capital cearense. 

Sempre que deixava o quartel para realizar essas tarefas, conterrâneos que passavam pelas ruas de Fortaleza flagravam  o  trabalho duro e mexiam com o suado e cansado soldado varzealegrense:

- Eita Antônio Ulisses, pensou que a vida do quartel era moleza, né?

- Vai aprendendo, Antônio Ulisses. Segura direito no cabo dessa enxada, hômi.

No início da década de setenta, cumprido o serviço militar obrigatório, Antônio Ulisses voltou para  sua cidade natal, Várzea Alegre, onde logo passou a trabalhar como secretário e motorista do seu avô, o usineiro de algodão Dirceu de Carvalho Pimpim.

Na nova função, dirigindo o Jeep do Coronel Dirceu,  Antônio Ulisses viajava frequentemente para Crato e Juazeiro, onde seu patrão-avô mantinha vários contatos comercias. 

Numa dessas viagens, o Coronel Dirceu tratou de negócios na usina dos Bezerras em Juazeiro do Norte e aproveitou para deixar seu Jeep em uma oficina de manutenção de veículos. Na terra de Padre Cícero, ao saber que o importante cliente estava sem carro, o empresário, deputado e futuro governador do Ceará, Adauto Bezerra, colocou seu famoso e luxuoso veículo Dodge à disposição do Coronel Dirceu.

Já de volta a Várzea Alegre, no lotado Bar de Nego de Aninha, tomando uma gelada cerveja no fim da tarde com seu amigo de infância e comerciante Alberto Siebra, Antônio Ulisses, em voz alta, comentou:

- É danado, Alberto. Quando eu tava no serviço duro  do quartel em Fortaleza toda hora eu encontrava uma pessoa daqui. Ontem eu passei o dia inteiro no Dodge do Coronel Adauto e num vi um cristão daqui. Dirigi de cabeça pra fora, gastei o tanque de gasolina do carro do Deputado e num topei com um varzealegrense por lá...


Colaboração: Alberto Siebra

(Imagem Google)

2 comentários:

  1. Essa e dez, mais não se engane não que v alegre e assim mesmo, flavio vejá só eu tenho 18 anos de trabalho um dia desses eu fui em v alegre no meu carro ai fui tomar um café num luga lá e dono disse eita negão ta rico ai eu disse que nada, ai ele diz deve tá roubando muito por lá. abraço.

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  2. flavio essa hitoria ai acima aconteceu comigo ivanildo.

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