segunda-feira, 1 de agosto de 2011

441 - CHAPEADO




Segundo contado por Hugo Marconi Ribeiro no Dicionário Informal, nas feiras de Campina Grande, agreste paraibano,  nos anos 60 e 70, trabalhadores braçais  com uma chapa de metal com número de identificação colocada no chapéu, conhecidos como chapeados, eram responsáveis por levar as pesadas compras até as residências dos fregueses.

Esses homens, com muita força e disposição, ainda hoje descarregam caminhões que chegam com pesadas mercadorias para abastecer as cidades do interior brasileiro. Chapeados de Varzea Alegre como Catita, Vavá, Chico Rocha, Zé do Mudo, João Vicente, Baixin, Vicente Bezerra, Mané Bigodão, João Mandu, Zezin de Eugênio, Zé Goteira, Albino, Raimundo Parrudo e de Otília, com seu  humilde e importante trabalho,  transportaram e participaram da história de seu lugar .

Em uma tarde da década de setenta, no fim da  movimentada feira de sábado da pequena Várzea Alegre, Chico Rocha, após tomar várias cachaças no Mercado Velho, descia cambaleando a ladeira da antiga Rua do Juazeiro.  Um garoto que por  ali passava, observando que o chapeado soluçava, perguntou:

- Chico Rocha, por que o senhor chorando?

O conhecido e conversador chapeado tirou uma moeda do bolso, olhou para o garoto, e, com sua gagueria habitual, disse:

- Tooome essa prata. Eeeeu tava ariado. Num lembrava nem meu nome...


Colaboração: Paulo Danúbio Carvalho Costa
(imagem Google)

Um comentário:

  1. Achei o causo muito interessante,pois relata fatos do cotidiano.e do preconceito contra homoxesual um fato que ocorre quase todos os dias.
    nossos nomes são Sindy e Iasmim somos da escola Filemon Fernandes Teles alunas da professora Fatima Gregório.

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