terça-feira, 23 de agosto de 2011

456 - TEM PAULISTA NA FESTA DE AGOSTO




Nos últimos dias de agosto, na festa em homenagem ao padroeiro São Raimundo Nonato, a cidade de Várzea Alegre recebe inúmeros visitantes, com destaque para os filhos da terra que encontraram oportunidades de trabalho em outros lugares do mundo.

No período religioso e festivo, os migrantes varzealegrenses que vivem em São Paulo se sobressaem  entre os que procuram a pequena e acolhedora cidade. Sempre bem humorados, cordiais e falantes, ali tratados carinhosamente como “paulistas”, esses visitantes prestigiam e marcam a animada Festa de Agosto.

No início da década de oitenta, em um fim de tarde, em plena festa do padroeiro, o corretor de algodão Antônio Ulisses e o agricultor Gilson Primo bebiam no Bar de Maria Araripe quando chegou e se sentou à mesa  um varzealegrense há muitos anos radicado em São Paulo. Após demorada e animada conversa, regada com muita cerveja e saborosos tiragostos encomendados no bar de Toinha Bo’água, o paulista não permitiu que os amigos mexessem no bolso. Emocionado com o prazeroso e divertido encontro, o desprendido visitante arcou sozinho com a despesa e ainda convidou os conterrâneos para juntos descerem para as barracas armadas na antiga Avenida Getúlio Vargas, atual  Luiz Afonso Diniz.

Porém Gilson e Antônio Ulisses dispensaram a companhia do paulista, pois combinaram fazer parte da comitiva do amigo e deputado estadual Nilo Sérgio, com quem horas depois seguiram para o animado arraial.

Durante a noite, acompanhados do popular e simpático político, os dois beberam e comeram bastante, demorando um pouco em cada barraca armada na rua. Na hora de pagar a conta, Nilo Sérgio chamava Gilson em um canto e falava:

- Gilson, vá pagando aí porque eu não posso por  a mão no bolso não. Pessoal vai me aperrear por dinheiro...

Na terceira barraca, quando Nilo fez novo sinal para que Gilson pagasse mais uma despesa da grande turma, o agricultor olhou para o amigo corretor de algodão e, com seu jeito pausado e cômico de falar, sugeriu:

- Ontôi, bora atrás do paulista que tem mais futuro...


Colaboração: Dirceu Carvalho Feitosa Costa
(imagem Google)

2 comentários:

  1. Quando li "o popular e simpático político" já fui pensado: não pode ser o mesmo político do qual ouvi falar da falta de popularidade!
    Quanta pobreza! Eu seguiria com o "paulista"!

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  2. kkkkkkkkkkk...

    Quando era mais novo essa época, "festa de agosto", não era das melhores, pois as paqueras daquele tempo só tinham olhos para os "paulistas".

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