segunda-feira, 20 de junho de 2011

412 - PULANDO A FOGUEIRA



          Logo que me mudei para Macapá, em meio a tantas pessoas que me acolheram, também me aproximei da família de um colega de trabalho e me afeiçoei aos seus interessantes filhos gêmeos de cerca de sete anos. Comumente eu passava pela residência do amigo e convidava os seus dois garotos para brincar pela orla e praças da cidade. Em todo lugar os gêmeos chamavam atenção por sua simpatia, expansividade e travessuras.

            Naquele rico período, no mês de junho, recebi o convite de uma bela jovem amapaense para participar da festa junina da sua rua. O trânsito seria fechado para veículos. Durante a noite ocorreria a apresentação de quadrilhas e os moradores distribuiriam comidas típicas. Oportunidade para me aproximar e conhecer a família da moça com quem eu desejava iniciar um relacionamento.

           Mas na noite marcada, antes de ir ao encontro da jovem, parei na casa dos meus dois amiguinhos, pois seu pai também promovia uma festa junina. Ali, depois de muita insistência dos meus dois pequenos amigos, aceitei levá-los para assistirem à apresentação dos folguedos juninos na rua da minha paquera. Antes, porém, colhi dos pequenos o compromisso de que se comportariam e não praticariam nenhuma das suas costumeiras traquinagens. 

          Segui, então, com os dois garotos para a rua onde aconteceriam atividades comuns ao mês de junho. Durante o percurso, mais uma vez alertei para o comportamento adequado que os dois deveriam cumprir. Chegando ao animado arraial fui apresentado aos educados e corteses pais da jovem e passamos a conversar. Os meninos logo se entrosaram com as outras crianças, brincaram, soltaram bombinhas e comeram. Surpreendentemente, mantiveram uma conduta exemplar.

          Por volta das dez da noite, avisei à minha paquera e aos seus pais que levaria os pequenos amigos para casa deles, mas logo retornaria para o animado arraial. Os dois meninos acenaram para a bonita anfitriã e seus educados pais e entraram no veículo. No entanto, mal engatei a primeira marcha os capetinhas colocaram a cabeça fora da janela do carro e começaram a gritar para a jovem:

          - Tchau, gostosa. Até mais, boazuda. Um beijo, saborosa...



(imagem Google)

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