sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

705 - AS BALAS DO 22




Na década de setenta, nos primeiros anos de casados, minha tia Maria Zélia e seu esposo José Macedo de Santana moraram em uma pequena casa na Rua Padre Mororó, na área central de Fortaleza. Em um feriado prolongado, os dois resolveram viajar para Várzea Alegre. Temendo algum furto, o prudente José Macedo pediu ao sobrinho da mulher, José Costa Neto, que dormisse na residência nos dias que durasse a viagem.

Pouco antes de partir tio Macedo avisou a Costa que em uma gaveta do birô havia um revólver calibre 22, com os cartuchos fora do tambor. A desmuniciada arma serviria apenas para intimidar algum amigo do alheio que por ventura aparecesse.

Ao voltar do passeio o casal encontrou tudo em seu devido lugar. Felizmente nada acontecera. O responsável rapaz cuidara bem do patrimônio deixado sob sua guarda. Porém, dias depois, Maria Zélia, vendo que o marido saía com um pequeno embrulho embaixo do braço, perguntou:

- Macedo, pra onde tu vai ?

O organizado José Macedo desembrulhou o pacote, e, mostrando à esposa, respondeu:

- Zélia, vou procurar um armeiro lá no Centro. Seu sobrin Costa meteu as balas ao contrário no revólver e ficaram presas no tambor. Ainda bem que não atirou, pois ia acertar nele mesmo...


Colaboração: Paulo Danúbio Carvalho Costa
(imagem Google)

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