sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

709 - O SOGRO




Em uma manhã de sábado, na década de sessenta, dentro de um bar do Mercado Velho de Várzea Alegre, um jovem rapaz se encontrou com o pai de uma moça com quem pretendia namorar. Os dois se encostaram ao balcão do estabelecimento e por algumas horas beberam bastante e conversaram sobre diversos assuntos.

Em determinado momento da prosa, o rapaz, já com a língua solta pela cachaça, propôs ao pretenso sogro:

- O sinhô deixa eu namorar com sua fia?

- Deixo nada, rapaz. Pra namorar com fia minha tem que lavar o cu em sete água. Eu lá quero fia minha namorano cum cachaceiro.

O jovem tomou mais uma dose do aguardente, se encheu de coragem e retrucou:

- Seno assim o sinhô também é cachaceiro. Hoje tumou mais fubuia*  que eu...

Com as pernas bambas e gesticulando com o copo de cachaça na mão, o  velho falou:

- É devera, sou cachaceiro mermo. Mas num sou eu que quero namorá minha fia...


* Referência a coisas ou pessoas de baixa qualidade. No centro-sul cearense também tomou o significado de cachaça de qualidade discutível.

(imagem Google)

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