Meu querido primo Sérgio Ricardo, na década de oitenta, em um fim de tarde, foi até a Farmácia de Raimundin e convidou seu amigo Gean Claude para a festa daquela noite que ocorreria no Clube Recreativo de Várzea Alegre – CREVA.
Ao receber o convite, Gean disse:
- Raimundin ainda não fez o pagamento da semana. Pra não variar, tou liso igual muçum*. Não posso ir não, Sergin.
- Hômi, Gean. Dinheiro não é problema não. Deixe comigo.
O jovem balconista da farmácia se animou. Seria muito bom participar do baile no tradicional CREVA sem comprometer o seu apertado orçamento. Farmácia fechada, Gean passou rapidamente em casa, tomou um banho completo, vestiu a melhor roupa e saiu ao encontro do amigo.
A festa já iniciara e os dois decidiram ir direto ao Clube. Enquanto o amigo foi à bilheteria, Gean permaneceu aguardando próximo à entrada. Sergin voltou e tomaram a grande fila para ingressar na concorrida festa. Ao chegar à roleta, Sergin entregou apenas o seu ingresso e falou para o Diretor do CREVA:
- Seu Chico Progresso, deixe meu amigo Gean entrar. Ele tá sem dinheiro.
Com a irrecorrível negativa do diretor do clube, Sergin olhou para o decepcionado amigo e se justificou:
- Você viu né, Gean? Eu fiz o que pude.
(imagem Google)
* peixe sem escamas e de pele lisa.
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