Todo
ano o bravo povo do sertão nordestino aguarda ansiosamente pela estação
das chuvas. Vendo o pasto secar, o gado emagrecer, a água rarear, o
longo período de estiagem parece não ter fim. Por conta dessa
interminável angústia surgem observadores da natureza que prevêem a
quantidade de água do próximo inverno.
Os “profetas da chuva” observam cuidadosamente as árvores, os animais,
as estrelas, a lua, sempre no interesse de buscar alguma experiência que
indique de que modo as chuvas cairão na caatinga nordestina.
Anualmente os profetas se reúnem em Quixadá, no sertão central
cearense, para discutir sobre a próxima estação chuvosa. Baseado no
conhecimento empírico, na observação da natureza, muitos acertam suas
previsões meteorológicas.
Já em Várzea Alegre, depois de uma prolongada estiagem, quando o tempo
muda, meu tio Sérgio Pinto de Carvalho, comerciante experiente e
observador, olha para o céu nublado e vaticina:
- Se não chover daqui pra meia-noite, chove da meia noite pra'diante.
Tamo por aqui esperando chuva. Balbuiou de madrugada, mas foi tão pouca a chuva, que nem deu prá matar a sede dos passarim
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