Neste
mês de janeiro de 2012 voltei à minha querida Várzea Alegre e reencontrei no
banco do calçadão Antônio Alves Costa o ferreiro aposentado Francisco Basil de
Oliveira. Ouvia as divertidas histórias do velho ferreiro quando ali chegou Zé de Elias, já perguntando:
- Flavin, você mora longe, né? São quantos dia pra chegar aqui?
Logo
que respondi ao também aposentado Zé de
Elias, Chico Basil lembrou de sua
primeira viagem a São Paulo, em 1951. O ferreiro recordou que o longo e difícil
percurso de mais de três mil quilômetros entre o árido sertão cearense e sul maravilha só foi vencido após quinze
dias.
Chico
contou que o velho caminhão já deixou Várzea Alegre lotado. Mesmo assim, em
Petrolina, nas margens pernambucana do rio São Francisco, o motorista
providenciou duas tábuas no final da carrocerria do veículo para acomodar mais dez passageiros.
Na Bahia,
na estrada de chão batido, o motorista desceu da boléia e falou:
- Se
toda hora nós pará o camião pra esses minino
cagar nós num vamo chegar nunca no São Paulo.
Segundo
o velho ferreiro, a partir de então, sempre que uma das várias crianças sofria
com alguma crise de desinteria, a mãe pendurava o garoto no lado do caminhão em
movimento para que o vento lavasse e levasse o cocô do garoto.
Finalmente,
após duas semanas, o velho caminhão chegou a São Paulo. Chico, que desde
Petrolina viajara nas últimas tábuas da carroceria, ao descer do veículo, passou
a unha no braço e disse:
- Vai
ser preciso descascar eu para pra mode arrancar a casca de poeira e merda dos minino.
(imagem Google)
A pedra começou 2012 muito bem. A cada dia um lustre novo. Eita botija boa!
ResponderExcluirAssis Costa